Sabemos bem que a música desempenha um papel importante em qualquer tipo de cerimónias e ocasiões sociais.
A música é uma parte vital da nossa vida desde o início, durante toda a nossa vida e até à morte.
O nascimento de uma criança é uma ocasião muito festiva em que se cantam canções tradicionais. A vida de uma criança é especialmente influenciada pela música, porque há muito uso da música nas tradições moçambicanas. E se olharmos mais de perto, muitas das actividades das crianças envolvem mesmo música.
As crianças vêem desenhos animados, que incluem música, dançam e cantam a toda a hora nas escolas primárias e também cantam para louvar a Deus nas escolas dominicais. Durante o ensino secundário, a música é também indispensável, uma vez que a maior parte das práticas de aprendizagem se baseia no canto.
Não te esqueças dos jogos musicais! Há dois jogos musicais que costumamos jogar aqui em Moçambique: Maria Espassana e Coropita.
A Maria Espassana é um jogo, jogado por rapazes e raparigas, que consiste em fazer um círculo com um participante no centro. Canta e dança de olhos fechados e, no final de uma canção, aponta outro participante que o substituirá no centro do círculo. Este jogo é jogado em diferentes zonas de África e especificamente em Moçambique.
A coropita é também um jogo de África. É muito popular em Moçambique entre as raparigas e pode ser jogado dentro e fora de casa. Antes de começares, escolhes a tua própria pedra e fazes um buraco no chão (ou desenhas um círculo no chão se estiveres dentro de casa) e enche-o com pedras.
Para ganhares, tens de recolher o maior número possível de pedras do buraco, mas respeitando duas regras complicadas: primeiro, só podes tirar pedras do buraco quando atirares a tua própria pedra e ela estiver no ar; segundo, entretanto tens de cantar!
Assim, as nossas crianças aprendem, dançam, rezam e, claro, tocam música. Devido a estas tradições, todas elas têm noções básicas de música, mesmo sem terem recebido qualquer ensinamento teórico. Simplesmente gostam de música e têm um bom sentido da mesma porque a compreendem inconscientemente.
Artigo de Amélia Isabel Mondlane
Estagiária do MCA Moçambique
